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Johann Ritter

Físico e químico, descobriu o UV

Johann Ritter (1776 - 1810)

Johann Ritter foi um químico e físico alemão responsável pela descoberta da faixa ultravioleta do espectro eletromagnético, pela criação do protótipo da pilha de célula seca em 1802, e ainda pela construção do primeiro acumulador elétrico em 1803.

Johann Ritter
Johann Ritter (1776 - 1810)
Descoberta dos ultravioletas

Johann Ritter nasceu em Samitz (que se situa na atual Polónia) perto de Haynau a 16 de dezembro de 1776, tendo falecido em Munique, na Alemanha a 23 de janeiro de 1810.

Johann Ritter iniciou a sua carreira como ervanário, ingressando na Universidade de Jena em 1796 para desde modo aprofundar os seus conhecimentos científicos. É precisamente nesta instituição que Ritter começa a fazer experiências com o cloreto de prata. Embora se soubesse já que este composto de decompunha com a luz, ele descobre que este processo era bastante mais eficiente na presença de radiação "invisível", situada para além do limite violeta do espectro. Este tipo de radiação eletromagnética viria posteriormente a ser conhecida como radiação ultravioleta.

Em 1800, apenas alguns meses depois do químico William Nicholson e do cirurgião Anthony Carlisle terem conseguido decompor água em oxigénio e hidrogénio por meio do processo de eletrólise, Ritter consegue repetir a experiência, embora dispondo os elétrodos de modo a conseguir recolher os dois gases separadamente, otimizando assim o resultado.

Pouco tempo depois descobre o princípio de funcionamento da galvanoplastia, cujo moderno processo de execução será desenvolvido em 1805 por um aluno de Alessandro Volta chamado Luigi Valentino Brugnatelli, que funda assim o ramo da eletroquímica. Ritter apercebe-se de que era possível que uma determinada quantidade de metal se fixasse ao cobre, reparando também que a quantidade de metal depositado e de oxigénio produzido durante o processo eletrolítico dependiam da distância entre os elétrodos, sendo que quanto mais perto estes se encontravam, mais fortes eram os efeitos.

Em 1801, este cientista observa o calor das correntes elétricas, antecipando a descoberta da termoeletricidade por Thomas Seebeck. No ano seguinte (1802), desenvolve uma pilha de célula seca graças à sua investigação com células eletrolíticas, descobrindo que a sua nova combinação funcionava tão bem como a pilha de Volta para carregar garrafas de Leiden, com a vantagem de funcionar durante muito mais tempo. Em 1803 consegue, com base nas suas investigações anteriores, criar uma bateria com capacidade de armazenar carga elétrica. Não publica contudo o resultado destas suas experiências.

Johann Ritter foi o primeiro cientista a estabelecer uma ligação explícita entre o galvanismo e a atividade química, correlacionando os diversos efeitos elétricos produzidos pela associação de vários metais ligados a uma massa muscular com a facilidade de oxidação desses mesmos metais. Esta foi a primeira explicação eletroquímica deste tipo de fenómenos.

Este químico viveu fascinado com as experiências relacionadas com a excitação de músculos e de órgãos sensoriais, e o sucesso dos seus estudos deveu-se em grande parte à utilização do seu próprio corpo e à sua exposição a voltagens muito elevadas. Esta exposição descuidada terá sido provavelmente a causa da sua morte precoce, aos 33 anos.

A descoberta da radiação ultravioleta

A radiação ultravioleta é uma radiação electromagnética com um comprimento de onda mais curto que o da luz visível mas mais longo que o dos raios-X (ver espectro eletromagnético). O seu nome deriva do facto das suas ondas possuirem frequências ligeiramente superiores àquelas que os seres humanos identificam com a cor violeta (acima do violeta ou ultravioleta). Esta radiação pode ser encontrada na luz solar, e é emitida por arcos voltaicos e por luzes especiais designadas por luz negra. O facto de ser ionizante desencadeia certas reações químicas, para além de fazer com que muitas substâncias brilhem ou emitam fluorescência. A radiação ultravioleta é a parte do espectro responsável pelas queimaduras solares, mas tem muitos outros efeitos (positivos e negativos) na saúde humana.

A descoberta da radiação ultravioleta (UV) está intimamente associada à observação do escurecimento dos sais de prata quando expostos à luz do Sol. O alemão Johann Wilhelm Ritter registou em 1801 que os raios invisíveis imediatamente acima do limite superior do espectro visível eram particularmente eficazes a escurecer papel ensopado em cloreto de prata. Chamou-lhes raios desoxidantes para dar ênfase à sua reatividade química e distingui-los dos raios de calor (ou infravermelhos) na outra ponta do espectro visível. O termo raios químicos foi usado para os designar ao longo de todo o século XIX, embora tenha acabado por ser substituído pela atual terminologia. A descoberta da radiação UV abaixo dos 200 nm, chamada ultravioleta de vácuo pelo facto de ser muito absorvida pelo ar atmosférico, foi feita em 1893 pelo físico alemão Victor Schumman.

Referências:

Wikipédia (en) - Johann Wilhelm Ritter

Wikipédia (pt) - Johann Wilhelm Ritter

Wikienergia - Johann Wilhelm Ritter

Texto adaptado sobre radiação ultravioleta