A NASA lançou em 2009 o primeiro telescópio espacial destinado a procurar planetas semelhantes à Terra, com possibilidades de conterem vida e orbitarem estrelas situadas na nossa vizinhança galáctica. O lançamento do telescópio Kepler, de 1,03 toneladas, foi na base militar de Cabo Canaveral, na Florida, a bordo de um foguetão Delta II.
Tratou-se da primeira missão da NASA concebida para detetar planetas, rochosos como a Terra, que orbitem estrelas de que não estejam muito próximas nem muito afastadas, de modo que as temperaturas possam manter a água em estado líquido à superfície, condição considerada essencial ao desenvolvimento da vida.
A sonda foi projetada para fazer "um recenseamento planetário de grande importância para a compreensão da frequência do aparecimento dos planetas da mesma categoria de tamanho que a Terra na nossa galáxia (a Via Láctea)".
O telescópio espacial recebeu o nome em homenagem ao astrónomo alemão do século XVII Johannes Kepler, a quem se deve a descoberta de que os planetas descrevem elipses em torno do Sol e não círculos perfeitos.
A missão Kepler, orçada em 600 milhões de dólares (477 milhões de euros), inicialmente prevista para pelo menos três anos e meio, teve como objetivo inicial sondar mais de 100 mil estrelas semelhantes ao Sol situadas na região de Cisne e Lira da Via Láctea.
A sonda já encontrou nessa "minúscula região" centenas de planetas do tamanho da Terra, ou maiores, e mais ou menos afastados da sua estrela.
A sonda Kepler já não está operacional na sua função principal, devido a uma avaria no sistema giroscópico. Os primeiros resultados foram anunciados a 4 de janeiro de 2010. Estudos realizados na Terra sobre os dados das primeiras seis semanas, revelaram cinco exoplanetas antes desconhecidos, todos bem próximos das suas estrelas, um do tamanho próximo ao de Netuno e quatro do tamanho de Júpiter.
O satélite europeu Corot, posto em órbita em 2006 para procurar exoplanetas (exteriores ao Sistema Solar), descobriu o mais pequeno até agora observado - com perto de duas vezes o diâmetro da Terra - mas muito próximo da sua estrela e muito quente, segundo anunciaram os astrónomos em Fevereiro.
Este telescópio já descobriu mais de 700 exoplanetas, elevando para cerca de 1700 o número de mundos descobertos fora do nosso Sistema Solar.
Entre os novos planetas, estão quatro mundos que têm menos de 2,5 vezes o tamanho da Terra e giram à volta da sua estrela na região onde pode haver água líquida à superfície destes exo-planetas. Pensa-se que a água líquida é fundamental para o aparecimento e a existência de vida.
O telescópio Kepler, cuja objetiva mede 0,95 metros de diâmetro, foi munido de numerosos sensores de luz com um total de 95 milhões de píxeis capazes de detetar fracas variações luminosas indicadoras da passagem de um planeta à frente da sua estrela.
Essa intensidade luminosa mais ou menos grande e a sua frequência permitem calcular o tamanho do planeta e a duração da sua rotação em volta do seu astro.
Texto baseado em notícia avançada pela agencia Lusa, em Março de 2009 e posteriormente retificado.