A energia eólica é a energia que provém do vento. O termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente ou relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento. |
A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás.
Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombar água. Os moinhos foram usados para fabricação de farinhas e ainda para drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos.
Atualmente utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas tem a forma de um catavento ou de um moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia elétrica.
Torna-se necessário o agrupamento destes equipamentos em parques eólicos, para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão. É possível ainda a utilização de aerogeradores de baixa tensão quando se trata de requisitos limitados de energia elétrica.
A energia eólica é hoje considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota. Além disso, as turbinas eólicas podem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados.
Em 2012 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através da energia eólica era de aproximadamente 280 gigawatts. A China surgiu como o maior produtor, a partir de 2010.
Os países que lideram a expansão neste setor são a China, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Índia e Reino Unido. Portugal aparece como o décimo maior produtor a nível mundial, com cerca de 4,5 GW de capacidade total instalada, surgindo o Brasil em décima quinta posição, com 2,5 GW de capacidade total instalada. [1]
A energia eólica é renovável, limpa, amplamente distribuída globalmente, e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxilia na redução do efeito-estufa.
O custo da geração de energia eólica tem caído rapidamente nos últimos anos. Em 2005 o custo da energia eólica era cerca de um quinto do que custava no final dos anos 90, e essa queda de custos deve continuar com a ascensão da tecnologia de produção de grandes aerogeradores. No ano de 2003 a energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos Estados Unidos.
A maioria das formas de geração de eletricidade requerem altíssimos investimentos de capital, e baixos custos de manutenção. Isto é particularmente verdade para o caso da energia eólica, onde os custos com a construção de cada aerogerador pode ficar na casa dos milhões de euros, os custos com manutenção são baixos e o custo com combustível é zero.
Na composição do cálculo de investimento e custo nesta forma de energia levam-se em conta diversos fatores, como a produção anual estimada, as taxas de juros, os custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de queda dos geradores. Sendo assim os cálculos sobre o real custo de produção da energia eólica diferem muito, de acordo com a localização de cada gerador ou grupo de geradores.
Em 1986, o primeiro parque eólico de Portugal foi construido na Ilha de Porto Santo, na Madeira. No final de 2006, Portugal era o nono produtor mundial de energia eólica em termos absolutos, e o quarto em termos relativos, tendo em conta a sua área e população. Segundo o relatório de 2006 do Global Wind Energy Council (GWEC), Portugal teve uma capacidade instalada de 1716 megawatts (MW), o que representa 2,3% do mercado mundial.
Até setembro de 2007 a capacidade instalada cresceu para 2054 megawatts e 750 megawatts em construção. Em 2013, Portugal tinha quase 2.500 aerogeradores espalhados por zonas montanhosas e costeiras. Esses aparelhos produzem atualmente cerca de um quinto da eletricidade consumida.
Em termos geográficos, Viseu é o distrito líder no que se refere à produção de energia elétrica a partir do vento, com quase um quinto da capacidade instalada (934MW), seguido por Coimbra (599 MW) e Vila Real (589 MW).
O Alentejo é a região do país onde existem menos condições para o investimento.
Depois de terem mudado a paisagem em terra, realizam-se agora testes sobre a viabilidade do investimento em parques eólicos no mar, estando já em pleno funcionamento a primeira eólica 'offshore', o WindFloat, ao largo da costa portuguesa, perto da Aguçadoura (Póvoa de Varzim), um projeto liderado pela EDP.
Portugal ocupava no final de 2013 a sétima posição na produção eólica na Europa, com os 4.730 MW de potência instalada, um ranking que é liderado pela Alemanha, que tem uma capacidade sete vezes superior (33.730 MW).
No Brasil, a energia eólica é bastante utilizada para bombar água para irrigação, mas quase não existem geradores eólicos produtores de energia elétrica. No final de 2006 o Brasil possuía uma capacidade de produção de 237 MW, dos quais 208 MW foram instalados no decorrer do mesmo ano. O Brasil tornou-se assim o país da América Latina e Caribe com maior capacidade de produção de energia eólica.
O primeiro projeto de geração eólica no país foi desenvolvido em Pernambuco, na ilha de Fernando de Noronha, para garantir o fornecimento de energia para a ilha que antes só contava com um gerador movido a diesel.
Quase todo o território nacional possui boas condições de vento para instalação de aerogeradores. A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo Federal, o Proinfa, que possibilitou a instalação de novos geradores em diversas localidades brasileiras, principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram instalados parques eólicos em Mucuripe (Fortaleza-CE), Prainha (CE), e os maiores na altura eram o Parque Eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e a de Rio do Fogo (Rio do Fogo-RN).
A energia eólica no Brasil tinha a capacidade instalada de geração de um pouco mais de 25 MW em 2005, e chegou à marca de 4.500 MW em 2014 com 181 parques eólicos instalados e que evitam 4 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera por ano.
Em 2013 encontrava-se na 13ª posição no ranking dos países com maior produção de energia eólica. Para compararmos tinha capacidade de 1.000 MW em agosto de 2011, suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 400 mil residências. Cerca de 300 GW podem ser extraídos no território nacional e a expectativa é de que chegue a 20 GW em 2020.
É inesgotável;
Não emite gases poluentes nem gera resíduos;
Diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE);
Criação de emprego;
Geração de investimento em zonas desfavorecidas;
Reduz a elevada dependência energética do exterior, nomeadamente a dependência em combustíveis fósseis;
É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energia tradicionais;
Os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só se procede à sua revisão em cada seis meses;
Excelente rentabilidade do investimento. Em menos de seis meses, o aerogerador recupera a energia gasta com o seu fabrico, instalação e manutenção.
A intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária, tornando difícil a integração da sua produção no programa de exploração;
Provoca um impacto visual considerável, principalmente para os moradores em redor, a instalação dos parques eólicos gera uma grande modificação da paisagem;
Impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque destas nas pás, efeitos desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração;
Impacto sonoro: o som do vento bate nas pás produzindo um ruído constante (cerca de 40dB). As habitações mais próximas deverão estar, no mínimo a 200 metros de distância.
[1] Energia eólica - capacidade mundial instalada
Energia eólica - vantagens e desvantagens
Autor da foto - figura 1 - Wagner Christian