Energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra. Devido à necessidade de se obterem quantidades cada vez maiores de energia, foi desenvolvida uma forma de aproveitar esse calor para a produção de eletricidade.
Atualmente uma parte da energia elétrica que consumimos, provém da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, métodos esses muito poluentes (Energias não renováveis).
Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da Terra devemos primeiramente entender como nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes placas, que nos mantêm isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que consiste basicamente em rochas derretidas. Com o aumento da profundidade a temperatura dessas rochas aumenta cada vez mais, no entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a temperatura é muito maior. Essas são as zonas onde há elevado potencial geotérmico.
A primeira tentativa de gerar eletricidade desta forma foi em 1904 em Larderello na região da Toscana, na Itália. Contudo, os esforços para produzir uma máquina para aproveitar tal fonte de energia foram mal sucedidos, pois as máquinas utilizadas sofreram destruição devido à presença de substâncias químicas contidas no vapor. Já em 1913, uma estação de 250 kW foi produzida com sucesso e por volta da Segunda Guerra Mundial a produção já se situava em 100 MW, no entanto a central foi destruída durante a Guerra.
Vários países, como o México, Japão, Filipinas, Quénia e Islândia têm expandido a sua produção de eletricidade por meio geotérmico.
Portugal conta com uma moderna central geotérmica em funcionamento na Ilha de São Miguel, Açores, isto para além de outra mais antiga, e está em fase de conclusão uma nova central geotérmica na Ilha Terceira, Açores.
Quando não existem gêiseres, e as condições são favoráveis, é possível "estimular" o aquecimento d'água usando o calor do interior da Terra. Uma experiência realizada em Los Alamos, na Califórnia, provou a viabilidade de execução deste tipo de central de produção de energia.
Em terreno adequado, foram perfurados dois poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros verticalmente, de modo a poderem ambos alcançar uma camada de rocha quente. Num dos poços é injetada água, que aquece em contacto com a rocha quente e é posteriormente expelida pelo outro poço, onde há uma central geotérmica instalada na saída do mesmo.
Esta experiência de Los Alamos é apenas um projeto piloto e não gera energia para uso comercial. A previsão de duração desse campo geotérmico é de dez anos. No entanto abre a possibilidade que outras instalações deste tipo, venham a produzir energia elétrica, num futuro próximo, com fins comerciais.
Também é possível perfurar um poço para que ele alcance uma "caldeira" naturalmente formada - um depósito de água aquecido pelo calor terrestre. A partir daí, a energia elétrica é gerada como em todos os outros casos.
Em casos raríssimos pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que a pressão do vapor é suficientemente alta para movimentar as turbinas da central geotérmica com excecional força, sendo assim uma fonte eficiente na geração de eletricidade. São encontradas fontes de vapor seco em Larderello, na Itália e em Cerro Prieto, no México.
Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contém gases dissolvidos, sendo que estes gases são enviados para a central geotérmica juntamente com o vapor de água, acabando por se libertar para a atmosfera.
Por outro lado, o odor desagradável, a natureza corrosiva, e as propriedades nocivas do ácido sulfídrico (H2S) são causas que preocupam. Nos casos onde a concentração de ácido sulfídrico (H2S) é relativamente baixa, o cheiro do gás causa náuseas. Em concentrações mais altas pode causar sérios problemas de saúde e até a morte por asfixia.
É igualmente importante que haja tratamento adequado a água vinda do interior da Terra, que invariavelmente contém minérios prejudiciais a saúde. Estes caudais não devem simplesmente ser eliminados para os cursos de água locais, por forma a que isso não prejudique a fauna local.
Quando uma grande quantidade de fluído aquoso é retirada da Terra, sempre existe a possibilidade de ocorrer subsidência na superfície. O mais drástico exemplo de um problema desse tipo ocorreu numa central geotérmica em Wairakei, Nova Zelândia. O nível da superfície baixou 14 metros entre 1950 e 1997 e continua a baixar a uma taxa de 0,22 metro por ano. Acredita-se que este problema pode ser atenuado com re-injeção de água no local.
Há ainda o inconveniente da poluição sonora que afligiria toda a população vizinha ao local de instalação da central geotérmica, pois, para a perfuração do poço é necessário o uso de maquinaria semelhante aquela que se utiliza para a perfuração de poços de petróleo.