Energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de energia luminosa (e, em certo sentido, da energia térmica) proveniente do Sol, e posterior transformação dessa energia captada em alguma forma utilizável pelo homem, seja diretamente para aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica. |
No seu movimento de translação em volta do Sol, o planeta Terra recebe 1 410 W/m2 de energia, medição feita numa superfície normal (em ângulo reto) com o Sol. Dessa energia, cerca de 19% é absorvida pela atmosfera e 35% é refletida pelas nuvens. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz ultravioleta.
As plantas utilizam diretamente essa energia no processo de fotossíntese. Nós usamos essa energia quando queimamos lenha ou combustíveis minerais. Existem atualmente técnicas experimentais para criar combustível a partir da absorção da luz solar numa reação química de modo similar à fotossíntese vegetal - mas sem a presença destes organismos.
A energia elétrica que se produz a partir da energia do sol, pode ser obtida essencialmente a partir de dois métodos:
Neste tipo de centrais utiliza-se um conjunto de espelhos móveis espalhados por uma ampla área plana e desimpedida, que apontam todos para um mesmo ponto, situado no alto de uma torre, como se pode observar na figura apresentada em cima. Neste ponto, canalizações de água são aquecidas pela incidência da luz solar refletida, produzindo vapor que move uma turbina a vapor e que aciona um gerador de energia elétrica (da mesma forma que numa central termoelétrica, mas sem o recurso a combustíveis fósseis).
Neste tipo de centrais solares, são utilizados painéis solares fotovoltaicos, que convertem a energia solar em energia elétrica. Os painéis fotovoltaicos são dispositivos utilizados para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica. Estes painéis são compostos por células solares, assim designadas já que captam, em geral, a luz do Sol. Estas células são, por vezes, e com maior propriedade, chamadas de células fotovoltaicas. Quando a luz incide sobre uma célula fotovoltaica, os fotões que a integram chocam contra os eletrões presentes nas estruturas de silício, fornecendo-lhes energia. No interior de cada célula, gera-se assim um fluxo de eletrões, e como as células estão ligadas em série, produz-se corrente elétrica.
A energia solar não polui. A poluição decorrente da fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente controlável.
As centrais solares necessitam de uma manutenção mínima.
Os painéis solares são cada vez mais potentes, ao mesmo tempo que o seu custo diminui. Isso faz com que a energia solar, se transforme cada vez mais numa solução economicamente viável.
A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.
Em países em que o número de horas de exposição solar é elevado, a utilização da energia solar é viável em praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de produção energética, a sua utilização ajuda a diminuir a procura energética nestes e consequentemente a perda de energia que ocorreria durante o processo de transporte.
Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com as condições climatéricas (chuva, neve, nebulosidade, etc), além de que durante a noite não existe produção, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.
Locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia e Sul da Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de inverno devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura de nuvens (Curitiba, Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade.
As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), a energia hidroelétrica (da água) e a biomassa.
A instalação de equipamentos de aproveitamento deste tipo de energia tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos. É difícil saber qual o valor exato da capacidade instalada a nível mundial atualmente, mas ficam aqui alguns dados que nos permitem compreender essa evolução.
Em 2012 a capacidade instalada, relativa a aproveitamento da energia solar com recurso a paineis fotovoltaicos, a nível mundial era de 102 GW. Os principais países produtores eram a Alemanha, China, Itália, Estados Unidos e Japão. [1]
Entrou em funcionamento em 27 de Março de 2007 a Central Solar Fotovoltaica de Serpa (CSFS), com uma capacidade instalada de 11MW. Fica situada na freguesia de Brinches, concelho de Serpa, na região do Alentejo, Portugal, numa das áreas de maior exposição solar da Europa. Tem capacidade para abastecer cerca de 8 mil habitantes.
Um outro projeto, de origem Australiana consiste na implementação de uma central de 154 MW, capaz de satisfazer o consumo de 45 000 casas. A redução de emissão de gases de estufa conseguida por esta fonte de energia limpa é de 400 000 toneladas por ano.
Entretanto em 2009 entrou em funcionamento outra central fotovoltaica, com cerca de 46 MW de capacidade instalada, também no Alentejo, em vila da Amareleja, concelho de Moura. Pode abastecer cerca de trinta mil habitações.
Atualmente, as células fotovoltaicas apresentam eficiência de conversão da ordem de 16%. Existem células fotovoltaicas com eficiências até 28%, fabricadas de arsenieto de gálio, mas o seu custo elevado limita a produção dessas células solares para a utilização na indústria espacial.
A primeira geração fotovoltaica consiste numa camada única e de grande superfície p-n díodo de junção, capaz de gerar energia elétrica utilizável a partir de fontes de luz com os comprimentos de onda da luz solar. Estas células são normalmente feitas utilizando placas de silício. A primeira geração de células constituem a tecnologia dominante na sua produção comercial, representando mais de 86% do mercado.
A segunda geração de materiais fotovoltaicos está baseada no uso de películas finas de depósitos de semi-condutores. A vantagem de utilizar estas películas é a de reduzir a quantidade de materiais necessários para as produzir, bem como de custos. Em 2006 existiam diferentes tecnologias e materiais semicondutores em investigação ou em produção de massa, como o silício amorfo, silício poli-cristalino ou micro-cristalino, telurido de cádmio e Cobre-Índio-Gálio-Selénio (Tipo CIGS). Tipicamente, as eficiências das células solares de películas são baixas quando comparadas com as de silício compacto, mas os custos de manufactura são também mais baixos, pelo que se pode atingir um preço mais reduzido por watt. Outra vantagem da reduzida massa é o menor suporte que é necessário quando se colocam os painéis nos telhados e permite arrumá-los e dispô-los em materiais flexíveis, como os têxteis.
A terceira geração fotovoltaica é muito diferente das duas anteriores, definida por utilizar semicondutores que dependam da junção p-n para separar partículas carregadas por fotogestão. Estes novos dispositivos incluem células fotoeletroquímicas e células de nanocristais.