Bomba atômica (em português brasileiro) ou bomba atómica (portugues europeu), ou de uma forma mais rigorosa bomba nuclear, é uma arma de tipo explosivo cuja energia deriva de uma reação nuclear e tem um grande poder destrutivo — dependendo da potência uma única bomba é capaz de destruir uma grande cidade inteira.
As bombas atómicas só foram usadas duas vezes em situação de guerra, ambas pelos Estados Unidos contra o Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, elas já foram usadas centenas de vezes em testes nucleares efetuados por vários países.
A bomba atómica, deve ser entendida como sendo um equipamento passível de utilização militar que recorre à energia nuclear para desencadear o seu poder destrutivo. Pode ser utilizada por meios aéreos (caças ou bombardeiros) ou em lançamento por mísseis. Entretanto, mesmo neste sentido o termo bomba atómica não é muito adequado pois as bombas tradicionais lançadas por aviões ou mísseis também têm as suas energias libertadas a partir de átomos, pelo que o termo bomba nuclear mostra-se certamente mais adequado para se fazer referências aos equipamentos que são referidos de seguida.
Por ogivas nucleares, entende-se as armas nucleares passíveis de utilização em mísseis.
As bombas atómicas são normalmente descritas como sendo apenas de fissão ou de fusão com base na forma predominante de libertação da sua energia. Esta classificação, porém, esconde o facto de que, na realidade, ambas são uma combinação de bombas: no interior das bombas de hidrogénio, uma bomba de fissão em tamanho menor é usada para fornecer as condições de temperatura e pressão elevadas que a fusão requer para se iniciar. Por outro lado, uma bomba de fissão é mais eficiente quando um dispositivo de fusão impulsiona a energia da bomba. Assim, os dois tipos de bomba são genericamente chamados de bombas nucleares.
São as que utilizam a chamada fissão nuclear, onde os pesados núcleos atómicos do urânio ou plutónio são desintegrados em elementos mais leves quando são bombardeados por neutrões. Quando se processa ao bombardeamento de um núcleo, produzem-se mais neutrões, que bombardeiam outros núcleos, gerando uma reação em cadeia. Estas são as historicamente chamadas "Bombas-A", apesar deste nome não ser preciso pelo facto de que a chamada fusão nuclear também é tão atómica quanto a fissão.
As bombas de fusão nuclear, geralmente mais designadas por bombas de hidrogénio, ou "bomba-H", são bombas termonucleares que conseguem ser até 750 vezes mais potentes do que qualquer bomba de fissão nuclear.
Baseiam-se na chamada fusão nuclear, onde os núcleos leves de átomos de hidrogénio e hélio combinam-se para formar elementos mais pesados, libertando neste processo enormes quantidades de energia. As bombas que utilizam a fusão denominam-se bombas termonucleares, pois a fusão requer uma temperatura muito elevada para que a sua reação em cadeia ocorra. A bomba de fusão nuclear é considerada a maior força destrutiva já criada pelo homem, embora felizmente nunca tenha sido usada numa guerra.
Oficialmente, a mais poderosa bomba de fusão nuclear já testada atingiu o poder de destruição de 57 Megatons - conhecida como Tsar Bomba - num teste realizado pela URSS em outubro de 1961. Esta bomba tinha mais de 5 mil vezes o poder explosivo da bomba de Hiroshima, e maior poder explosivo que todas as bombas usadas na II Guerra Mundial somadas (incluindo as 2 bombas nucleares lançadas sobre o Japão) multiplicado por 10 vezes.
A bomba de neutrões é a última variante da bomba atómica. Em geral, é um dispositivo termonuclear pequeno, com corpo de níquel ou crómio, onde os neutrões gerados na reação de fusão intencionalmente não são absorvidos pelo interior da bomba, mas sim libertados para o exterior. As emanações de raios-X e de neutrões de alta energia são o seu principal mecanismo destrutivo. Os neutrões são mais penetrantes do que outros tipos de radiação, de tal forma que muitos materiais de proteção que bloqueiam raios gama são pouco eficientes contra eles. A bomba de neutrões tem uma ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, mantendo, por exemplo, a estrutura de uma cidade intacta. Isso pode representar uma vantagem militar, visto que existe a possibilidade de se eliminar os inimigos e apoderar-se de seus recursos.
Bomba suja é um termo atualmente empregado para designar uma arma radioativa, uma bomba não-nuclear que dispersa material radioativo que fica armazenado em seu interior. Quando explode, a dispersão de material radioativo causa contaminação nuclear e doenças semelhantes às que ocorrem quando uma pessoa é contaminada pela radiação de uma bomba atómica. As bombas sujas podem deixar uma área inabitável por décadas.
Um exemplo prático do que pode acontecer no caso de um lançamento de uma bomba suja foi o bombardeamento da Central Nuclear iraquiana que causou a morte de milhares de crianças iraquianas. Após o lançamento da bomba, pessoas apresentaram problemas respiratórios irreversíveis e contaminação corporal intensa vindo a falecer ou desenvolver sintomas cancerígenos irreversíveis.
A bomba suja, mesmo com poucos quilos de lixo atómico, quando dispersados diretamente na atmosfera, pode ocasionar uma nuvem de material radioativo e envolver uma cidade inteira provocando a morte de milhares de pessoas.
São armas nucleares de pequeno poder explosivo, geralmente na faixa de 0,5 a 5 quilotons. Geralmente seu uso tático é muito específico e envolve utilizar apenas uma das principais formas de energia liberada pela bomba, o poder de destruição e calor ou o PEM (pulso eletromagnético). Mesmo com poder explosivo reduzido, estas armas têm efeito radioativo, o que sempre dificultou seu amplo emprego.
O uso de armas nucleares táticas seria destinado principalmente para o emprego contra as forças armadas do adversário. Esta função seria de importância maior se as forças-alvo se encontrassem próximas às forças que estão lançando a bomba, já que isto impediria o uso de uma arma de grande poder destrutivo que pudessem atingir também a força lançadora.
Também são empregues como ogivas das cargas de profundidade nucleares, para uso anti-submarino a grandes profundidades.
Durante a Guerra Fria este tipo de arma chegou a ser usada como ogiva em mísseis ar-ar pelas forças armadas dos Estados Unidos e URSS. O objetivo deste tipo de míssil era o seu uso contra bombardeiros estratégicos de altas altitudes, onde o pulso eletromagnético da arma era mais eficaz para danificar os equipamentos eletrónicos dos bombardeiros adversários do que a própria onda de choque da explosão da bomba, minimizada pelo ar rarefeito.
Atualmente são substituídas com vantagens por outras armas convencionais que produzem pulsos eletromagnéticos ou grande quantidade de calor e pressão. As bombas de pulso eletromagnético, ou bombas de energia direta como o JSOW, que produz uma descarga eletromagnética de micro-ondas direcionadas, substituem as armas nucleares táticas na função de danificar equipamentos eletrónicos, de computação ou comunicação em pequenas áreas. Quando o objetivo é simplesmente destrutivo, podem ser substituídas pelas bombas termobáricas mais poderosas, que mesmo sendo armas convencionais, produzem poder de destruição equivalente a 1 quiloton, sendo que EUA e Rússia já anunciaram possuir armas termobáricas com poder destrutivo equivalente a 5 e 11 quiloton respetivamente. A Rússia já utilizou armas termobáricas contra bunkers subterrâneos na Chechénia e os Estados Unidos utilizaram este tipo de armamento no Afeganistão e no Iraque.
Os efeitos predominantes de uma bomba atómica são a explosão e a energia térmica (calor), a libertação de radiação (raios-X, gama, neutrões) e o pulso eletromagnético. Em relação aos efeitos térmicos da bomba, estes são muito semelhantes aos dos explosivos convencionais de alta potência. A principal diferença é a capacidade de liberar uma quantidade imensamente maior de energia de uma só vez.
O dano produzido pelas três formas iniciais de energia liberada (calor, pulso eletromagnético e radiação) difere de acordo com o tamanho da arma. As bombas de neutrões, por exemplo, foram criadas para produzir o máximo possível de radiação, enquanto a bomba de PEM para liberar energia eletromagnética na faixa das micro-ondas.
A energia libertada na explosão segue a equação de Einstein, E=mc², onde E é a energia libertada, m é a massa da bomba que "desaparece" na explosão e c (celeritas) é a velocidade da luz.