O eletromagnetismo é a parte da Física que estuda a eletricidade e o magnetismo, bem como as relações estabelecidas entre eles.
A história do magnetismo introduz a eletricidade. Ela começou com as civilizações antigas. Na Grécia, por exemplo, Tales de Mileto já experimentava os efeitos de uma pedra de óxido de ferro que repelia e atraía. Na sua viagem para a Ásia, ele percebeu que essas pedras fixavam-se no seu cajado de ferro quando ele o aproximava, numa região chamada Magnésia. Também se descobriu na Grécia que quando sujeita a atrito com pêlo de animal, uma pedra de âmbar adquiria a propriedade de atrair pequenas partículas de pó.
Foi na Idade Média que Petrus Peregrinus relatou as suas experiências com o magnetismo. Ele explicou a origem dos fenómenos elétricos e magnéticos, na sua obra chamada Epístola de Magnete, mas não a diferenciação entre esses dois tipos de atração, sendo a sua obra desprezada até o final do século XVI.
Depois de muito tempo, o primeiro estudo sobre o assunto foi feito por William Gilbert, um médico de Londres que publicou em 1600 o tratado De Magnete. Ele conseguiu mostrar que não é somente a pedra de âmbar que tem essa propriedade de atrair quando friccionada, mas também materiais como o vidro. Na sua obra afirmou que o planeta Terra era um grande íman e mostrou a diferença entre magnetismo e eletricidade.
Com estas descobertas, outros cientistas resolveram colocar em prática as suas teorias com a construção de aparelhos eletrostáticos.
Com a produção dessas máquinas foi possível descobrir que:
Haviam objetos que quando carregados eletricamente se afastavam ou se atraíam.
Existiam dois tipos de materiais: os condutores, que conduzem eletricidade, e os isolantes, que não conduzem.
Era possível armazenar a eletricidade: na Holanda, Peter von Musschenbroek, descobriu que poderia armazenar uma quantidade considerável de eletricidade dentro da garrafa de Leyden e depois descarregá-la com um choque elétrico.
Outro cientista que desenvolveu experiências com a eletricidade foi William Watson que em Inglaterra, no ano de 1747, demonstrou que a eletricidade se podia transmitir a distâncias elevadas.
Já Benjamin Franklin em 1752 realizou uma experiência potencialmente perigosa. Fez com que papagaios de papel (pipas em português do brasil) que tinham na extremidade um objeto de ferro, voassem durante uma tempestade na tentativa de acumulação de cargas elétricas. Dessa forma conseguiu provar que o relâmpago é provocado por um fenómeno elétrico, inventando simultaneamente o pára-raios. Foi ele também que criou o termo cargas negativas e cargas positivas, bem como o seu conceito.
Existindo até então fortes indícios de que a eletricidade e o magnetismo estavam relacionados, foi o dinamarquês Hans Christian Oersted, que em 1820, estabeleceu essa relação.
Tal só foi possível graças à invenção dos geradores elétricos que permitiam a geração de correntes elétricas duradouras e estáveis necessárias para o estudo desses fenómenos.
Oersted demonstrou a existência dessa interação a partir de uma experiência simples. Ele colocou uma agulha magnética próxima de um condutor de eletricidade. Para isso, ele utilizou uma bússola e um fio de platina num circuito elétrico. O fio de platina, ao ser percorrido pela corrente elétrica, ficava incandescente, o que garantia uma corrente suficientemente intensa. Quando o fio era aproximado da bússola, a sua agulha magnética sofria deflexão.
A experiência de Oersted mostrava que a corrente elétrica gerava campo magnético. Porém, em 1831, Michael Faraday, em Inglaterra, utilizou um núcleo de ferro e duas bobinas A e B para mostrar que a variação do fluxo magnético também gerava corrente elétrica. Faraday percebeu que, nos momentos em que ligava ou desligava a bobina A na fonte, passava uma corrente elétrica na bobina B, porém, essa corrente aparecia somente nesses instantes.
A partir dessa experiência, ele concluiu que essa corrente elétrica ocorria em virtude da variação do campo magnético, que aparecia quando a bobina A era ligada e desaparecia quando essa mesma bobina era desligada. Esse fenómeno ficou conhecido como indução magnética ou Lei de Faraday.
Os fenómenos eletromagnéticos foram descritos por um conjunto de leis formulado por James Clerck Maxwell, cientista que foi tão importante para o Eletromagnetismo como Isaac Newton foi para a Mecânica. Maxwell na sua obra Tratado sobre eletricidade e magnetismo (publicada em 1873), generalizou os princípios da eletricidade descobertos por Coulomb, Ampère, Faraday e outros. Entre outros feitos, Maxwell descobriu através de equações matemáticas a velocidade da luz com um erro muito pequeno, em relação aos dados experimentais que temos hoje. A descoberta posterior das ondas eletromagnéticas constituiu a verificação experimental da Teoria de Maxwell.
Vários aparelhos indispensáveis atualmente só existem em face da evolução nos estudos sobre o Eletromagnetismo. Entre eles, podemos citar: cartões magnéticos, transformadores de tensão, motores elétricos, antenas de transmissão de dados, fornos micro-ondas, entre outros.