O Policloreto de Vinilo é vulgarmente designado por PVC. O seu nome IUPAC é policloroeteno. É um material plástico sólido que se apresenta na sua forma original, como um pó de cor branca. Fabrica-se por polimerização do monómero de cloreto de vinilo (VCM) que, por sua vez, é obtido do sal e do petróleo. Foi patenteado como fibra sintética há mais de oitenta anos e em 1931 começou a sua comercialização.
O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio - sal de cozinha) e 43% de eteno (derivado do petróleo). Como todos os plásticos, o vinil é feito a partir de repetidos processos de polimerização que convertem hidrocarbonetos, contidos em materiais como o petróleo, num único composto chamado polímero. O vinil é formado basicamente por etileno e cloro.
Através de uma reação química, o etileno e o cloro combinam-se formando o dicloreto de etileno, que por sua vez é transformado num gás chamado cloreto de vinilo ou"VCM". O passo final é a polimerização, que converte o monómero num polímero de vinil, que é o PVC, ou simplesmente, vinil.
O policloreto de vinilo é leve, quimicamente inerte e completamente inócuo. Resiste ao fogo e às intempéries, é impermeável e isolante (térmico, elétrico e acústico), de elevada transparência, protege os alimentos, é económico (relação qualidade/preço), fácil de transformar (por extrusão, injeção, moldação-sopro, calandragem, termo-moldação, prensagem, recobrimento e moldagem de pastas), e reciclável.
O processo de obtenção das resinas de PVC é o responsável pelas suas características únicas de processamento. Enquanto que a maioria dos polímeros são obtidos por processos diversos de polimerização e fornecidos ao mercado consumidor na forma de grânulos regulares prontos para o processamento (geralmente aditivadas em alguma etapa de seu processo de produção), as resinas de PVC são comercializadas usualmente na forma de um pó branco e fino, ao qual deverão ser adicionados aditivos que tornam o PVC processável, além de lhe conferir características específicas.
A tecnologia da utilização do PVC reside na sua morfologia e nos aditivos que lhe são incorporados, uma vez que algumas das propriedades deste polímero são atribuídas à sua estrutura única. A versatilidade de aplicações, por sua vez, é função direta da infinita gama de combinações de aditivos possíveis de serem incorporados à resina base. A mistura de resina de PVC com os aditivos é conhecida como composto de PVC ou composto vinílico, e dependendo das substâncias adicionadas e das suas quantidades é possível moldar artigos em PVC com aspeto desde o totalmente rígido (tal como um tubo para distribuição de água potável) ou ainda tão flexível e com aspeto borrachoso como uma mangueira de jardim.
Uma vez que a resina de PVC é totalmente atóxica (não apresenta toxicidade) e inerte, a escolha de aditivos com estas mesmas características permite a fabricação de filmes, lacres e laminados para embalagens, brinquedos e acessórios médico-hospitalares, tais como mangueiras para sorologia e catéteres. Davidson e Witenhafer (1980), Portingell (1982), Titow (1984), Witenhafer (1986) e Summers (1997) são unânimes quando referem que a versatilidade do PVC reside em dois pontos principais:
A morfologia das partículas das resinas de PVC, responsável pela estrutura de sub-partículas entremeadas por poros, os quais são recetivos aos aditivos incorporados durante o processamento, permitindo a perfeita interação entre estes e o polímero;
A necessidade de incorporação de aditivos para o adequado processamento do PVC implica o desenvolvimento de uma nova formulação de composto para cada produto a ser moldado, com características específicas de desempenho, propriedades e processabilidade.
A indústria preocupada com a proteção do meio ambiente, utiliza três tipos de procedimentos pela valorização dos resíduos de PVC:
Por este método consegue-se dar uma segunda vida ao material, transformando-o num objeto de PVC completamente distinto do original. Este procedimento utiliza-se praticamente desde o inicio da comercialização do PVC, e é muito utilizado em diversos países da União Europeia. Para um melhor aproveitamento dos 0,7 % de PVC, contido nos resíduos sólidos urbanos (RSU), é preciso efetuar uma recolha seletiva dos materiais. Em Portugal foi recentemente criada a Sociedade Ponto Verde (SPV) que tem a responsabilidade da retoma dos resíduos urbanos, previamente recolhidos seletivamente, e garantir a sua reciclagem (encaminhamento, reciclagem e destino final dos materiais reciclados).
Este sistema permite a recuperação da energia contida no PVC. Uma vez concluída a função para que foi criado, recupera-se a energia térmica que contém, ao ser queimado numa incineradora com depuração de gases. A presença do PVC nos resíduos sólidos urbanos (RSU) não apresenta nenhum problema para as instalações de incineração equipadas com sistemas de neutralização e depuração de gases como preconizam as diretivas 89/369 e 89/429 da União Europeia, de cumprimento obrigatório.
Neste caso submete-se o resíduo plástico a diversos processos químicos para o decompor em produtos mais elementares. Este procedimento encontra-se atualmente em fase de experimentação.