Um clorofluorcarboneto (também por vezes designado por clorofluorocarboneto, clorofluorcarbono ou CFC) é um composto baseado em carbono que contem cloro e flúor, responsável pela redução da camada de ozono, e antigamente usado em aerossóis e gases para sistemas de refrigeração, sendo atualmente proibida a sua utilização em muitos países.
Estes compostos pertencem à função orgânica dos derivados halogenados obtidos principalmente pela halogenação do metano. Entre as principais aplicações destacam-se a sua utilização como solventes orgânicos, gases para refrigeração e propelentes em extintores de incêndio e aerossóis.
São derivados dos hidrocarbonetos saturados obtidos mediante a substituição de átomos de hidrogénio por átomos de cloro e flúor.
Exemplos de CFC são:
CFCℓ3 (CFC-11)
CF2Cℓ2 (CFC-12)
C2F3Cℓ3 (CFC-113)
C2F4Cℓ2 (CFC-114)
C2F5Cℓ (CFC-115)
Quando começou a ser utilizado, o fréon, o mais conhecido CFC, parecia a solução perfeita aos problemas da refrigeração, por não se dividir e não ser perigoso para os seres vivos, sendo muito melhor que o produto anteriormente utilizado, o gás amoníaco. Porém, descobriu-se há alguns anos que os CFC sofrem fotólise quando submetidos à radiação ultravioleta (UV), dividindo-se na altura da camada de ozono onde a presença destes raios é constante.
O radical livre cloro que se forma, reage com o ozono, decompondo-o em oxigénio gasoso e monóxido de cloro:
Cℓ + O3 → O2 + CℓO
O monóxido de cloro então pode reagir com outra molécula de ozono, formando duas moléculas de oxigénio e deixando o radical livre cloro pronto para repetir o ciclo reacional:
CℓO + O3 → 2 O2 + Cℓ
Em Resumo:
CFC + Luz + 2 O3 → 3 O2 + Cℓ
Este ciclo prossegue até que o cloro se ligue a uma substância diferente do ozono e que forme uma substância resistente à fotólise ou uma substância mais densa (que leve o cloro da camada de ozono para uma mais baixa). Este fenómeno causa a destruição na camada de ozono, o que aumenta a entrada de raios ultra violetas na atmosfera causando grandes problemas como o câncro de pele, cataratas, diminuição do fitoplâncton e redução das colheitas.
A restauração da camada de ozono ocorre naturalmente, porém de forma lenta, e o ritmo a que decorre a destruição atual não permite a plena restauração. O Protocolo de Montreal foi assinado pela maioria dos países do mundo com o objetivo de, aos poucos, extinguir a produção destas substâncias, através da substituição por outras menos nocivas.
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozono é um tratado internacional em que os países signatários se comprometeram a substituir as substâncias que se demonstraram nocivas ao ozono (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como ozonosfera). O tratado esteve aberto para adesões a partir de 16 de setembro de 1987 e entrou em vigor em 1989. Foi revisto por várias vezes. Devido à grande adesão mundial, Kofi Annan disse sobre ele: "Talvez seja o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos…".
Existem hoje vários projetos para diminuir a utilização dos CFC, mas eles têm sido dificultados pelo seu uso principalmente na refrigeração. Uma das alternativas tem sido os hidroclorofluorocarbonetos (HCFC), haloalcanos em que nem todos os hidrogénios foram substituídos por cloro ou flúor. O seu impacto ambiental tem sido avaliado como sendo de apenas 10% do causado pelos CFC. Outra alternativa podem ser os hidrofluorcarbonetos (HFC) que não contêm cloro e são ainda menos prejudiciais à camada de ozono, porém estes compostos contribuem para o aumento do efeito de estufa.