O colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa, usualmente considerado um esteróide, encontrado nas membranas celulares e transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. É um componente essencial das membranas celulares dos mamíferos. O colesterol é o principal esterol sintetizado pelos animais, mas pequenas quantidades são também sintetizadas por outros eucariotas, como plantas e fungos.
Não existe colesterol em nenhum produto de origem vegetal. As plantas apresentam um tipo de composto similar chamado de fitosterol.
Os elementos químicos presentes na fórmula química do colesterol são o carbono, o oxigénio e o hidrogénio A estrutura química do colesterol é arranjada em quatro anéis A, B, C e D. Ela assemelha-se às estruturas químicas de todas as hormonas que ele origina: progesterona, testosterona e cortisol.
A maior parte do colesterol presente no corpo é sintetizada pelo próprio organismo, sendo apenas uma pequena parte adquirida pela dieta. Portanto, ao contrário daquilo se pensava antigamente, o nível de colesterol no sangue não aumenta se não forem ingeridas quantidades adicionais de colesterol através da dieta (a menos, claro, que haja um distúrbio genético). O colesterol é mais abundante nos tecidos que mais sintetizam ou têm membranas densamente agrupadas em maior número, como o fígado, espinal medula, cérebro e placas ateromatosas (nas artérias). O colesterol tem um papel central em muitos processos bioquímicos, mas é mais conhecido pela associação existente entre doenças cardiovasculares e as diversas lipoproteínas que o transportam, e os altos níveis de colesterol no sangue (hipercolesterolemia).
O colesterol é insolúvel em água e, consequentemente, insolúvel no sangue. Para ser transportado através da corrente sanguínea ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas, partículas esféricas que têm a sua superfície exterior composta principalmente por proteínas hidrossolúveis. Existem vários tipos de lipoproteínas, que são classificadas de acordo com a sua densidade. As duas principais lipoproteínas usadas para diagnóstico dos níveis de colesterol são:
Lipoproteínas de baixa densidade (Low Density Lipoproteins ou LDL): acredita-se que são a classe maléfica ao ser humano, por serem capazes de transportar o colesterol do fígado até às células de vários outros tecidos. Nos últimos anos, o termo (de certa forma impreciso) "colesterol ruim" ou "colesterol mau" tem sido usado para referir o LDL que, de acordo com a hipótese de Rudolf Virchow, acredita-se ter ações prejudiciais (formação de placas ateroscleróticas nos vasos sanguíneos).
Lipoproteínas de alta densidade (High Density Lipoproteins ou HDL): acredita-se que são capazes de absorver os cristais de colesterol, que começam a ser depositados nas paredes arteriais/veias (retardando o processo arterosclerótico). Tem sido usado o termo "colesterol bom" para referir o HDL, que se acredita que tem ações benéficas.
O colesterol é necessário para construir e manter as membranas celulares; regula a fluidez da membrana em diversas faixas de temperatura. O grupo hidroxilo presente no colesterol interage com as cabeças fosfato da membrana celular, enquanto a maior parte dos esteroides e da cadeia de hidrocarbonetos estão mergulhados no interior da membrana.
Algumas pesquisas recentes indicam que o colesterol pode atuar como um antioxidante.
O colesterol também ajuda na produção da bílis ou suco biliar (é um fluido produzido pelo fígado que ajuda a digerir as gorduras), e também é importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K.
Ele é o principal precursor para a síntese de vitamina D e de vários esteróides (onde se incluem o cortisol e a aldosterona nas glândulas supra-renais, as hormonas sexuais progesterona, os diversos estrógeneos, testosterona e derivados).
O colesterol é necessário para o funcionamento normal da membrana plasmática de células de mamíferos, sendo sintetizado no retículo endoplasmático das células ou derivado da dieta, sendo que na segunda fonte é transportado pela via sanguínea pelas lipoproteínas de baixa densidade e é incorporado pelas células através de endocitose mediada por receptores em fossas cobertas de clatrina na membrana plasmática, e então hidrolizados em lisossomas.
Na alimentação humana, o colesterol é encontrado nas gorduras animais: todos os alimentos que contêm gorduras animais possuem colesterol, ao passo que os alimentos que não contêm gorduras animais são isentos de colesterol ou possuem quantidades inexpressivas. As principais fontes de colesterol na dieta incluem os ovos e a carne de vaca. A tabela seguinte apresenta alguns dos alimentos ricos em colesterol:
Alimentos |
Quantidade de colesterol em 100 g |
Energia em 100 g |
Caldo de carne |
24000 mg |
17 calorias |
Miolos de porco |
1900 mg |
120 calorias |
Gema de ovo de galinha |
1500 mg |
363 calorias |
Rim de boi |
440 mg |
111 calorias |
Ricota |
440 mg |
179 calorias |
Fígado de porco |
420 mg |
131 calorias |
Fígado de vitela |
360 mg |
127 calorias |
Fígado de boi |
320 mg |
130 calorias |
Enchova |
315 mg |
106 calorias |
Carne de boi |
289 mg |
140 calorias |
Caranguejo |
270 mg |
81 calorias |
Manteiga |
262 mg |
766 calorias |
Peixe-rei |
254 mg |
90 calorias |
Peixe cação |
250 mg |
129 calorias |
Banha de porco |
243 mg |
900 calorias |
Carne de porco |
198 mg |
285 calorias |
Esta lista de alimentos que aumentam o mau colesterol (LDL) devem ser evitados principalmente por pacientes com problemas cardiovasculares, porque são ricos em gorduras saturadas. São eles:
Peixe frito, carnes à milanesa, batata frita
Salsicha, salaminho, bacon, banha de porco
Chocolate, bebidas achocolatadas, biscoitos e tortas industrializadas
Leite integral, leite condensado, queijos amarelos, creme de leite, receitas com creme de leite, sorvete, pudim
Deve-se observar, no entanto, que o colesterol pode ser sintetizado no organismo humano em grandes quantidades, mesmo com uma dieta vegetariana ou pobre em colesterol, como resultado de distúrbios no metabolismo. Portanto, pequenos aumentos nos níveis de colesterol podem ser inicialmente tratadas apenas com mudança dos hábitos alimentares, mas hipercolesterolemias severas geralmente exigem a associação com tratamento farmacológico.
Produtos vegetais (como linhaça e amendoim) também contêm compostos como o colesterol, os fitoesteróis, que são sugeridos para diminuir os níveis de colesterol no sangue. Outros alimentos que servem para aumentar os níveis do colesterol bom (HDL) são o:
Abacate
Azeite de oliva, óleo de milho, óleo de girassol, óleo de canola, óleo de amendoim
Amendoim, amêndoas, castanha, linhaça, semente de girassol, gergelim
Salmão, atum, sardinhaAlho, cebola
Soja
Manteiga de amendoim
Estes alimentos são ricos em gorduras monoinsaturadas e, juntamente com a perda de peso e a atividade física, ajudam o organismo a melhorar o colesterol no sangue. Mas, para baixar o colesterol mais rapidamente, é recomendado fazer algum tipo de atividade física cerca de 3 vezes por semana.