química e sociedade

Poluição atmosférica

Uma introdução a este tema


A poluição atmosférica

Jacques Yves Cousteau
Fig. 1 - Jacques Yves Cousteau
(1910-1997)

"Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, visto sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação."

Jacques Yves Cousteau (1910-1997)

A atmosfera do planeta é uma exceção na medida em que é dos raros recursos naturais que é compartilhado pelo mundo inteiro. Pelo que os efeitos negativos sobre esta são globalmente sentidos.

O ar, tal como a água e o solo, é um recurso indispensável à vida na Terra. Através de ciclos naturais, os seus constituintes são consumidos e reciclados. A atmosfera tem assim uma certa capacidade depuradora que, em condições naturais, garante a eliminação dos materiais nela descarregados pelos seres vivos.

O desequilíbrio deste sistema natural "auto regulado" conduz à acumulação na atmosfera de substâncias nocivas à vida, fazendo nascer a necessidade de uma ação de prevenção ou de saneamento artificial que, conforme os casos, seja capaz de assegurar a manutenção da qualidade do ar.

Tem-se assim, por um lado, um sistema natural estável e auto-depurado e por outro um sistema artificial, porque contem elementos introduzidos em resultado da ação do Homem, o qual é necessário vigiar e gerir, isto é conservar.

A atividade industrial e a circulação rodoviária ocupam, indiscutivelmente, o primeiro lugar na poluição atmosférica, embora em graus diferentes conforme o tipo de indústrias. A indústria consome 37% da energia mundial e emite 50% do dióxido de carbono, 90% dos óxidos de enxofre e todos os produtos químicos que atualmente ameaçam a destruição da camada de ozono, além de produzir anualmente 2100 milhões de toneladas de resíduos sólidos e 338 milhões de toneladas de matéria residual perigosa.

As indústrias de base são normalmente as mais nocivas ao nível da libertação de fumos e gases mais ou menos tóxicos.

As centrais térmicas e as refinarias petrolíferas, as siderurgias e as fábricas de cimento lançam na atmosfera grandes quantidades de gases (especialmente óxidos de carbono e de enxofre), fumos e poeiras, que tornam a atmosfera pesada e quase irrespirável.

Por sua vez, muitas indústrias químicas, as de curtumes e de fertilizantes empestam o ar com gases que exalam um cheiro nauseabundo. As indústrias extrativas, sobretudo a do carvão e a da produção de materiais para a construção civil (pedreiras), são também altamente poluidoras, além de provocarem profundas alterações na paisagem.

Os veículos motorizados, por seu turno, lançam para a atmosfera, para além dos fumos, uma infinidade de gases e outras substancias químicas, como o monóxido e o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre, o gás sulfuroso e os hidrocarbonetos gasosos, etc., qualquer deles de grande toxicidade.

Claro que a expansão urbana se reflete no crescimento dos níveis de poluição, dado que esse crescimento intensifica o tráfego rodoviário, quer no interior das cidades quer nas suas vias de acesso. Em muitas grandes cidades, as normas de qualidade do ar são correntemente desrespeitadas, os engarrafamentos são gigantescos e os acidentes frequentes. As áreas citadinas mais atingidas pela poluição atmosférica são as zonas centrais (devido à concentração dos serviços e, por isso, à grande intensidade do transito automóvel) e as zonas industriais, em grande parte localizadas na periferia urbana.

Naturalmente que a poluição atmosférica provoca problemas mais ou menos graves de saúde na população humana. Por exemplo, a bronquite, o enfisema, a asma e o cancro pulmonar são doenças do aparelho respiratório muitas vezes provocadas pela poluição atmosférica ou por ela agravadas. Mas as plantas e os animais são também gravemente afetados pela poluição do ar.

Os gases tóxicos perturbam o normal desenvolvimento da vegetação, pois atacando as folhas, estas caem, diminuindo assim a fotossíntese, a respiração e a transpiração, o que tem como consequência um crescimento mais lento das plantas. Além disso, estas tornam-se menos resistentes às intempéries, às doenças e aos parasitas. A saúde dos animais é igualmente bastante afetada não só pelo contato direto com o ar poluído como pela ingestão de vegetais mais ou menos envenenados.

Finalmente, a poluição atmosférica aumenta o efeito de estufa, geradora de inúmeros problemas ambientais, contribuindo para a acumulação persistente de substancias tóxicas no ecossistema global.

Tendo em conta que os problemas que advêm da atmosfera representam perigo para os organismos têm-se vindo a desenvolver estudos sobre o efeito de estufa e a consequente destruição da camada de ozono, para além de provocar as chuvas ácidas, fenómenos estes que contribuem grandemente para a poluição atmosférica.

A poluição do ar é a principal responsável pelo efeito estufa e está por detrás de inúmeros problemas ambientais.


Como combater a poluição atmosférica?

Para se agir adequadamente contra a poluição atmosférica é necessário:

  • Medir e conhecer a concentração dos poluentes no ar.

  • Definir as fontes poluentes.

  • Definir a qualidade do ar.

  • Analisar os valores limite.

  • Observar a evolução da qualidade do ar.

  • Planear ações que promovam melhor qualidade do ar, tais como: reordenar atividades socio-económicas, localizar fontes poluentes, alterar o percurso rodoviário e reduzir as emissões de poluentes atmosféricos.

  • Referências:

    Poluição atmosférica

    Wikipédia - Poluição atmosférica