Este trabalho tem como objetivo explicar aos leitores o que são os fertilizantes, qual é a sua constituição e como são utilizados na agricultura, salientando as suas vantagens e desvantagens, para que seja possível compreender qual a sua importância.
Pretende-se ainda explicar de forma resumida, como é que se produzem os fertilizantes e qual o seu efeito nas plantas e nos seres vivos em geral.
Devido ao grande aumento da população mundial, que se tem intensificado nos últimos anos, os agricultores sentiram-se forçados a aumentar a sua capacidade de produção e a rapidez dessa mesma produção. Para que isto se tornasse possível, o desenvolvimento da indústria dos fertilizantes e dos pesticidas foi fundamental.
Anualmente são adicionadas centenas de milhões de toneladas de fertilizantes químicos ao solo, com o objetivo de melhorar as colheitas agrícolas.
Os fertilizantes podem ser compostos orgânicos ou inorgânicos, e são utilizados para repor os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. Mas nem todos os nutrientes são necessários nas mesmas quantidades.
Assim, aqueles que são necessários em menores quantidades chamam-se micronutrientes (como o ferro, o zinco, o boro, o manganês, o cobalto, etc). Os nutrientes que são necessários em maiores quantidades são os macronutrientes (o azoto, o potássio, o fósforo, o hidrogénio, o carbono, o oxigénio, o enxofre, o magnésio e o cálcio).
Alguns destes elementos encontram-se presentes na natureza e não necessitam de ser fornecidos às plantas através dos fertilizantes (como o carbono, o hidrogénio ou o oxigénio). No entanto alguns deles necessitam de ser fornecidos de forma artificial, como o caso do azoto, do fósforo e do potássio. Por esta razão é que a grande maioria dos fertilizantes utilizados na agricultura são compostos por uma combinação destes três elementos.
O azoto atua na formação das proteínas indispensáveis à formação do caule e da raiz; o fósforo acelera o crescimento e o amadurecimento dos frutos e o potássio participa na defesa contra as doenças e no desenvolvimento das sementes.
Os fertilizantes podem também apresentar valores de pH diferentes, pelo que podem influenciar o caráter químico do solo. Assim, quando se escolhe um fertilizante deve-se ter em conta qual o tipo de solo onde vai ser aplicado e qual o tipo de cultura, por forma a não prejudicar o desenvolvimento das plantas.
Os fertilizantes podem ser classificados em:
São constituídos por azoto, fósforo ou potássio e são de fácil absorção pelas plantas. Esta classe pode ser subdividida em:
Fertilizantes azotados: São compostos essencialmente por azoto. Têm como principal matéria prima o amoníaco (NH3).
Fertilizantes fosfatados: Apresentam substâncias que contêm fósforo assimilável pelas plantas. Podem ser obtidos a partir do fosfato de amónio.
Fertilizantes potássicos: Contêm substâncias extremamente solúveis em água, que fornecem o potássio necessário ao desenvolvimento das plantas. O sulfato de potássio e o cloreto de potássio são as principais matérias primas para a produção destes fertilizantes.
Este tipo de fertilizantes é feito com materiais naturais com vista a fertilizar e enriquecer a terra. Podem ser usados os dejetos dos animais ou de restos de plantas, que são decompostos para formar um composto de ação lenta, que fornece os principais nutrientes essenciais às plantas. Como exemplo de fertilizantes orgânicos tem-se o estrume, a farinha de peixe ou a farinha de ossos dos animais.
Combinação de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos.
Os fertilizantes podem ser compostos orgânicos ou inorgânicos, e são utilizados para repor os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. Mas nem todos os nutrientes são necessários nas mesmas quantidades.
Assim, aqueles que são necessários em menores quantidades chamam-se micronutrientes (como o ferro, o zinco, o boro, o manganês, o cobalto, etc). Os nutrientes que são necessários em maiores quantidades são os macronutrientes (o azoto, o potássio, o fósforo, o hidrogénio, o carbono, o oxigénio, o enxofre, o magnésio e o cálcio).
Alguns destes elementos encontram-se presentes na natureza e não necessitam de ser fornecidos às plantas através dos fertilizantes (como o carbono, o hidrogénio ou o oxigénio). No entanto alguns deles necessitam de ser fornecidos de forma artificial, como o caso do azoto, do fósforo e do potássio. Por esta razão é que a grande maioria dos fertilizantes utilizados na agricultura são compostos por uma combinação destes três elementos.
Os fertilizantes azotados são produzidos na indústria química a partir do amoníaco. Por sua vez o amoníaco é obtido por um processo utilizado em grande escala nos dias de hoje, que se chama “síntese de Haber-Bosch”. Este processo consiste em otimizar os parâmetros da reação química entre o hidrogénio e o azoto atmosférico, por forma a obter o produto desejado.
Assim, retirando o azoto diretamente do ar, podem produzir-se muitas toneladas de amoníaco por ano, com custos muito menores, pelo que se pode dizer que este processo veio revolucionar a indústria de produção dos fertilizantes.
O amoníaco pode então ser transformado em nitrato de amónio (NH4NO3), que é o constituinte principal deste tipo de fertilizantes.
Este tipo de fertilizantes pode ser produzido a partir do fosfato de amónio.
Por sua vez, o fosfato de amónio obtêm-se a partir da reação química entre o amoníaco (cuja produção já foi explicada acima) e o ácido fosfórico, obtendo-se cristais de fosfato de amónio, de acordo com a seguinte equação química:
Este produto é rico em fósforo, mas também em azoto.
As matérias-primas para a produção deste tipo de fertilizantes são geralmente o sulfato de potássio e o cloreto de potássio. Nos fertilizantes, o importante é o teor em potássio, pelo que as indústrias que produzem adubos ou fertilizantes escolhem a sua matéria-prima de acordo com o seu preço, sendo frequente a variação do sal (variando o ião que se combina com o potássio, para formar o sal).
Os minérios que contêm potássio são geralmente designados por potassa. Cerca de 95% da potassa extraída é destinada à produção de fertilizantes. Todos os métodos utilizados para a produção industrial recorrem à extração deste minério, impuro, dos seus depósitos naturais. Ele existe em depósitos superficiais de lagos salgados ou em jazidas subterrâneas.
Esta pode ser uma alternativa aos fertilizantes minerais, com algumas vantagens, mas o facto que poderá ser mais interessante é que qualquer um de nós o pode produzir para a sua pequena exploração agrícola ou para o seu jardim. Este fertilizante é feito com materiais naturais e o seu objetivo é fertilizar e enriquecer a terra.
Um fertilizante orgânico é composto por cinco elementos essenciais, onde cada um ocupa um papel importante no que respeita à produção de nutrientes para o solo:
Uma camada verde (para produzir azoto)
Uma camada castanha (para produzir carbono)
Ar
Água
Um pouco de terra de jardim
É necessário adquirir ou construir um recipiente para a compostagem (ou compostor, como o que se pode ver na figura). A sua dimensão deve ser adequada à quantidade de terreno disponível. Deve ter uma tampa e pequenas aberturas para a entrada de ar. Deve também ser resistente.
Para formar a camada verde podem ser utilizados por exemplo dejetos de galinha, borras de café, folhas de chá, restos de frutas e vegetais ou relva.
A camada castanha será a fonte de fibra. Podem ser utilizadas: cascas de ovos, plantas mortas, ervas daninhas, flores murchas, papelão, feno, palha, etc.
Deve-se misturar as duas camadas no compostor, colocando três partes da camada castanha para uma da camada verde. Acrescenta-se água aos componentes e um pouco de terra. Devem misturar-se os materiais diariamente e acrescentar água com regularidade.
A mistura vai-se decompondo, durante semanas, até que acabará por ficar pronta a utilizar.
A aplicação de fertilizantes requer uma avaliação prévia das condições do solo. Para isso, pode ser feita uma análise ao solo. Consiste num teste que verifica, entre outros aspetos, o nível de fertilidade, a capacidade de armazenamento de água e as propriedades físicas da terra a ser cultivada.
Através da análise de solo e de possíveis sintomas de má nutrição vegetal, é possível determinar o tipo de fertilizante necessário, assim como a quantidade adequada.
O excesso de adubo pode ser tão prejudicial à planta como a falta do mesmo.
A grande vantagem dos fertilizantes, como já foi referido, é permitir o aumento da produção agrícola, quer no que diz respeito às quantidades produzidas, quer na velocidade a que se desenvolvem estes produtos. No entanto, existem várias desvantagens associadas à sua utilização.
É possível ainda diferenciar os fertilizantes orgânicos dos fertilizantes químicos, pois ambos apresentam vantagens e desvantagens.
Este tipo de fertilizantes tem a vantagem de ser rapidamente absorvido pelas plantas. O conhecimento exato da sua composição permite uma dosagem mais correta e também mais eficaz. São mais fáceis de aplicar e também de transportar.
Por outro lado, são prejudiciais para o meio ambiente pelo facto de serem altamente solúveis em água e por apresentarem concentrações elevadas de nutrientes. O seu processo de produção envolve gastos energéticos, sendo também altamente poluente. Alguns destes fertilizantes apresentam ainda o risco de contaminação dos solos com metais pesados.
Apresentam a vantagem de poderem ser produzidos no local, diminuindo a dependência de terceiros e permitem também a melhoria da estrutura do solo e promovem a biodiversidade. Podem ajudar a reter a água no solo. Apresentam menores riscos de contaminação do meio ambiente e também menores custos, se forem produzidos localmente.
Por outro lado, torna-se difícil aplicar a dosagem exata de nutrientes necessários ao crescimento das plantas e implicam maiores custos na sua aplicação e no seu transporte, quando tal é necessário. Podem provocar a contaminação dos produtos com bactérias, devido à forma como são produzidos.
Apesar de se considerar que a utilização de fertilizantes minerais ou mistos se torna indispensável nos dias de hoje, existem vários problemas associados à sua utilização, que convém ter em mente, por forma a aplicá-los da forma mais correta:
Podem deteriorar a qualidade do solo – Quando se utiliza demasiado fertilizante, o pH do solo tende a baixar (devido à acidez da maioria dos fertilizantes) e dessa forma aumentam os níveis de acidez do solo. Deve-se analisar o local, pelo menos uma vez a cada três anos, para poder retificar o grau de acidez, se tal for necessário.
Podem afetar os organismos aquáticos – Os fertilizantes contém substâncias que se podem tornar tóxicas para a vida aquática (nitratos e fosfatos). Quando se infiltram nos solos acabam por contaminar os lençóis de água subterrâneos e depois os lagos e os oceanos, podendo levar a um crescimento excessivo das algas, que por sua vez provoca uma diminuição da quantidade de oxigénio presente na água. Cria-se um ambiente tóxico que pode levar à morte de peixes e outros seres aquáticos, provocando um desequilíbrio na cadeia alimentar. Chama-se a este fenómeno eutrofização.
Podem afetar a saúde das populações – O azoto e outros produtos químicos presentes nos fertilizantes, podem, ao contaminar os lençóis de água subterrâneos, afetar a qualidade da água potável. Vários riscos sérios para a saúde podem ser associados à ingestão deste tipo de contaminantes.
Podem contribuir para as mudanças climáticas – A emissão de algumas substâncias para a atmosfera, como o metano, o dióxido de carbono, o amoníaco ou o azoto, contribuem para o efeito de estufa e consequentemente para o aquecimento global do planeta e para as alterações climáticas.
Os fertilizantes assumiram uma grande importância, de tal forma que não podemos deixar de os utilizar nos dias de hoje, pois a produção de alimentos para uma população em grande crescimento não pode dispensar os seus benefícios.
No entanto, devem ser ponderadas medidas que procurem contribuir para a diminuição destes riscos, para que não seja posta em causa a sustentabilidade do nosso planeta.
Os fertilizantes orgânicos podem vir a assumir uma importância crescente, pois minimizam os impactos no meio ambiente, no entanto, a sua produção é lenta exigindo espaço e mão-de-obra.
Os fertilizantes devem ser usados com moderação, para deixar que os solos reponham os seus nutrientes de uma forma natural, devem ser feitas pausas entre as produções agrícolas e deve-se evitar utilizar fertilizantes em períodos de chuvas, para diminuir os riscos de infiltrações.
Alguns pequenos cuidados podem fazer uma grande diferença.
CAVALEIRO, M. Neli; BELEZA, M. Domingas, “FQ9 – viver melhor na terra” (2008), Edições Asa, Rio Tinto, 1ª edição.
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