O Projeto Manhattan, ou formalmente Distrito de Engenharia de Manhattan, foi o nome de código dado a um projeto secreto, que se desenvolveu durante a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de desenvolver as primeiras armas nucleares produzidas pelos Estados Unidos da América com o apoio do Reino Unido e do Canadá.
O projeto foi dirigido pelo General Leslie R. Groves e a sua pesquisa foi dirigida pelo fisico norte-americano judeu J. Robert Oppenheimer, após ter ficado claro que uma arma de fissão nuclear era possível e que a Alemanha Nazi estava também a investigar e tentar produzir tais armas para si.
Acredita-se que a carta enviada ao presidente Franklin Roosevelt em agosto de 1939, assinada por Albert Einstein mas em grande parte escrita por Leó Szilard possa ter sido um marco decisivo no início deste projeto. A carta alertava Roosevelt que a Alemanha Nazi poderia já estar a desenvolver esforços para controlar a utilização da fissão nuclear na criação de bombas atómicas, e sugeria que os Estados Unidos deveriam iniciar pesquisas próprias nesse sentido.
Embora tenha envolvido pesquisa e produção em treze locais diferentes, o Projeto Manhattan foi largamente desenvolvido em três cidades científicas secretas que foram estabelecidas por poder de domínio eminente: Hanford, em Washington, Los Alamos, no Novo México e Oak Ridge, no Tennessee.
A algumas famílias no Tennessee foram dados avisos com uma antecedência de apenas duas semanas para evacuarem as quintas e terras que possuíam há gerações. O laboratório de Los Alamos foi construído em terrenos que eram da Escola Rancho de Los Alamos, um colégio interno privado para rapazes. O sítio de Hanford, que cresceu para quase 2600 km², incorporava terras de algumas quintas e de duas pequenas aldeias, Hanford e White Bluff.
O projeto trabalhou na conceção, produção e detonação de três bombas nucleares em 1945.
A primeira (de teste) em 16 de Julho: Trinity, a primeira bomba nuclear do mundo, perto de Alamogordo, Novo México.
A segunda, a arma Little Boy (Pequeno Rapaz), que detonou em 6 de Agosto sobre a cidade de Hiroshima, Japão.
A terceira, a arma Fat Man (Homem Gordo), que detonou a 9 de Agosto sobre a cidade de Nagasaki, Japão.
Os três principais sítios existem hoje como o Sítio Hanford, Laboratório Nacional Los Alamos e Laboratório Nacional Oak Ridge. Em 1945, o projeto empregava cerca de 130.000 pessoas e o seu pico de custo perfazia um total de cerca de dois biliões de dólares. Os bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki mataram centenas de milhares de pessoas imediatamente, e muitas mais após alguns anos.
No verão de 1942, Leslie Groves, que tinha supervisionado a construção do Pentágono, o maior edifício de escritórios do mundo foi incumbido de liderar o projeto, por Somervell.
A primeira coisa que Groves fez foi rebaptizar o projeto como O Distrito Manhattan. Ao mesmo tempo, Groves era promovido a Brigadeiro General, o que lhe conferiu a graduação julgada necessária para lidar com os cientistas veteranos do projeto.
Cerca de uma semana após a sua nomeação, Leslie Groves tinha resolvido os problemas mais urgentes do Projeto Manhattan. A sua forma de ser rigorosa e eficaz tornar-se-ia em breve familiar para os cientistas atómicos integrantes deste projeto.
O primeiro grande obstáculo científico ao projeto foi resolvido em 21 de Dezembro de 1942, sob as bancadas de Stagg Field na Universidade de Chicago. Imediatamente, uma equipa liderada por Enrico Fermi iniciou a primeira reação nuclear em cadeia auto-sustentada. Uma chamada telefónica encriptada de Compton, dizendo "O navegador italiano (referindo-se a Fermi) aterrou no novo mundo", para Washington, trouxe a notícia de que a experiência tinha sido um sucesso.
A parte científica ficou a cargo do físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer, que se desligou do projeto logo depois do primeiro teste realizado em Alamogordo, vinculando-se posteriormente à Comissão para a Energia Atómica dos EUA, da qual foi presidente até 1952.
Os frutos do Projeto Manhattan marcaram certamente o século XX, imprimindo-lhe também uma certa aura sombria. Muitos alegam que a criação das armas nucleares envolve a possibilidade da eliminação de todos os conflitos bélicos, outros acreditam que sua produção deu origem a uma corrida ao armamento que pode, em qualquer momento, representar uma ameaça de destruição total para a Humanidade.
Na verdade, até mesmo os integrantes do Projeto Manhattan estavam divididos quanto à utilização militar das bombas nucleares. É preciso lembrar também que após o final da Segunda Guerra deu-se início a uma nova modalidade bélica, a Guerra Fria – envolvendo especialmente os EUA e a União Soviética -, a qual, mesmo não se concretizando, representou uma terrível ameaça para o Homem.
Wikipédia - Carta Einstein-Szilard
Imagem Figura 2. Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons