energia

Armas nucleares

História do seu desenvolvimento


O desenvolvimento das armas nucleares

A bomba atómica lançada sobre Nagasaki
Fig. 1 - "Fat Man" - A bomba atómica lançada sobre Nagasaki

Tens ideia de como foi o seu desenvolvimento?

Como surgiram? Como evoluíram, desde a descoberta da fissão até à construção dos mísseis balísticos intercontinentais?

Atualmente existem vários países que possuem este tipo de armamento.

Existiram alguns factos marcantes ao longo da história que contribuíram de forma decisiva para que o homem fosse capaz de criar tais armas de destruição maciça.

Em 1898 o físico francês Pierre Curie e sua esposa (Marie Curie) encontraram num minério composto por sais de urânio, um novo elemento químico que emitia grandes quantidades de radiação, que eles acabaram por denominar de Rádio. Esta descoberta levou a que cientistas e leigos pudessem concluir que os átomos possuem uma enorme quantidade de energia, que poderia ser explorada.

Em 1911 durante várias experiências realizadas por Ernest Rutherford foi possível demonstrar que o núcleo dos átomos é composto por partículas, denominadas protões e que em volta do seu núcleo se movimentam outras partículas diferentes, os eletrões.

Em 1932 James Chadwick descobriu os neutrões (outro tipo de partículas que existe no núcleo dos átomos), e no mesmo ano John Cockcroft e Ernest Walton conseguiram dividir um átomo pela primeira vez utilizando meios meios artificiais.

Em 1934, Leó Szilárd, notabilizou-se pelos seus trabalhos em fissão nuclear (ver figura explicativa - fig.2) controlada. Também patenteou a ideia da bomba atómica, sendo apelidado então de pai da bomba atómica.

Em 1936 a patente da bomba foi entregue em segredo à Marinha Britânica.

Em 1938 cientistas alemães informaram a deteção de bário após bombardear urânio com neutrões, o que mais tarde se mostrou que era produto da fissão nuclear.

Em 1939, com o inicio inevitável da Segunda Guerra Mundial os cientistas pararam de enviar informações aos governos, para que a bomba atómica não fosse usada na guerra (apesar disso não foi possível evitar tal acontecimento).

Em 1942 o Projeto Manhattan ficou encarregado de construir as bombas.

O grande desafio foi o de separar os dois isótopos do urânio (U-235 e U-238). Como os isótopos do urânio tinham pesos diferentes, a solução passou pela criação de uma máquina que seleciona os átomos pelo seu peso.

O U-238 começou a ser usado para produzir plutónio.

Foram desenvolvidos na época dois projetos básicos: implosão e balístico. Em 16 de julho de 1945 foi detonada a primeira bomba, com o nome de código Trinity, logo depois foram montadas duas bombas: Little Boy e Fat Man, detonadas a 6 e 9 de agosto de 1945. Após os bombardeamentos o presidente da época Harry Truman, disse que eliminaria as cidades japonesas uma a uma (o que não poderia ser verdade, já que os Estados Unidos ficaram sem armas depois dos bombardeios). Em 15 de agosto de 1945 o Japão acabou por se render, marcando o fim da segunda guerra mundial.

O que é a fissão nuclear?

Fissão de um núcleo de Urânio 235
Fig. 2 - Fissão de um núcleo de Urânio 235

O esquema da figura 2, permite perceber de uma forma simples, como funciona este processo.

Existe um bombardeamento inicial de um átomo de urânio (neste caso o U-235) com um neutrão (a pequena partícula azul, no topo da figura).

Ao ser atingido, o átomo de urânio (que por ter recebido mais uma partícula no seu núcleo passa a ser U-236) fica instável e acaba por se fragmentar em dois átomos diferentes (um de Kripton (à esquerda) e outro de Bário (à direita).

Libertam-se ainda grandes quantidades de energia e alguns neutrões, que depois irão embater noutros átomos de Urânio e provocar desta forma uma reação em cadeia que só terminará quando se esgotarem os átomos de urânio.

A bomba H

Em 1942 foi sugerida a utilização de hidrogénio nas bombas (geralmente conhecida por bomba H), em vez de urânio. As reações que ocorreriam maximizariam o poder das bombas. Os cientistas de Los Alamos revoltaram-se ao receberem ordens para fazerem uma bomba muito mais poderosa que a bomba atómica, pensando na destruição que causaria. Em 1949 ao saber do primeiro teste atómico soviético a produção da bomba H assumiu maior importância: os físicos Edward Teller e Ullan desenvolveram o desenho de Teler-Ullan. A primeira bomba H foi detonada durante a Operação Ivy, cujo nome de código era Ivy Mike. Este teste experimental ocorreu em Novembro de 1952, em Enewetak, e pode ser considerado como o primeiro teste realizado com uma bomba de hidrogénio, ou seja, um artefacto de fusão nuclear em que a maior parte do explosivo é produzido pela própria fusão.

Mísseis intercontinentais

Denominam-se mísseis intercontinentais, os mísseis hipersónicos, capazes de transportar até ao alvo bombas nucleares, num espaço de tempo relativamente curto, como por exemplo o LGM-118 Peacekeeper ou ainda o LGM-30 Minuteman. Estes mísseis podem ter um raio de alcançe de cerca de 10 000 Km, e atingir velocidades superiores a 20 000 Km/h. Podem também transportar mais do que uma bomba nuclear cujas potências poderão ser 40 a 50 vezes superiores às bombas atómicas usadas durante a guerra.

Referências:

Wikipédia - História das armas nucleares

Wikipédia - misseis intercontinentais