Esta surpreendente figura em forma de W está localizada do lado oposto de Polaris (A estrela Polar), vista da Ursa Maior. Mais destacada no céu durante o Inverno, pode ser observada ao longo de todo o ano em latitudes médio setentrionais.
A constelação de Cassiopeia é muito rica em enxames estelares abertos.
A mitologia grega associava esta constelação à lendária rainha da Etiópia, esposa de Cefeu e mãe de Andrómeda. Na representação celeste vê-mo-la sentada no seu trono, penteando a longa cabeleira - Cassiopeia era conhecida pela sua beleza, mas também pela sua vaidade.
Um dia, enquanto se penteava e admirava, declarou-se mais bela que as próprias Nereidas, atitude que não passou despercebida às ninfas, entre as quais Anfitrite, a esposa de Posídon. Ofendida queixou-se ao deus dos mares que, em represália, enviou o monstro marinho Cetus (a Baleia) para devastar a costa do reino de Cefeu. O rei consultou então o oráculo e foi informado que a ira de Posídon somente seria aplacada se Andrómeda fosse acorrentada a um rochedo e oferecida em sacrifício à Baleia. Assim fez, mas a princesa acabou por ser salva por Perseu, que sobrevoava o local e por coincidência a avistou e por ela se apaixonou. Transportando consigo a cabeça decapitada da Medusa, o herói mítico exibiu-a à Baleia, petrificando o monstro devido aos poderes mágicos do olhar da criatura (uma outra versão conta que Perseu teria matado Cetus a golpes de espada).
Sendo uma constelação circumpolar do hemisfério Norte, vemos a figura de Cassiopeia rodar à volta do polo ao longo do ano, fazendo com que a imagem da rainha passe bastante tempo virada de cabeça para baixo. A lenda grega conta que este teria sido o castigo final aplicado a Cassiopeia, colocada no céu de forma a que permanecesse em posições desconfortáveis e humilhantes.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Cassiopeiae.
Alpha Cassiopeiae - É a estrela mais brilhante da constelação. É uma estrela de cor avermelhada cuja magnitude aparente varia entre os 2.2 e 2.8. Com um bom equipamento é possível distinguir a presença de uma segunda estrela azul de magnitude aparente 9.0. Este é um binário óptico (as duas estrelas apenas estão na mesma direção mas não têm qualquer relação entre si).
Gamma Cassiopeiae - Esta estrela encontra-se no centro do W de Cassiopeia e é a terceira mais luminosa da constelação. Em 1937 foi, durante umas semanas, a que mais intensidade alcançou na sua constelação e chegou a ser quase tão luminosa como Deneb, na constelação Cisne. Esta estrela perde massa lentamente, para um disco ou concha que a rodeia. É conhecida como uma estrela escudo.
M52 - Junto à fronteira com Cefeu, foi descoberto por Charles Messier em 1774. A sua magnitude aparente é de 7,3 e por isso não é visível a olho nu. Quando visto através de binóculos aparenta ser uma pequena mancha. A observação com telescópio deverá dividir essa mancha num conjunto de estrelas pouco brilhantes. É um grupo de cerca de 100 estrelas. No conjunto destacam-se duas gigantes amarelas de magnitudes 7,8 e 8,2. Não se sabe bem ao certo a que distância se encontra este enxame. As estimativas apontam para uma distância entre três mil e os sete mil anos-luz.
M103 - descoberto por Pierre Mechain em 1781, está pelo menos a oito mil anos-luz de distância. Não é visível a olho nu. Tem cerca de quarenta membros. A sua aparência é dominada por um sistema binário cuja componente principal tem magnitude 7,3. Contudo este sistema não faz parte do enxame.
SN 1572 - São os restos de uma supernova observada por Tycho Brahe no ano de 1572. Uma supernova consiste na explosão de uma estrela de grande massa. Nessa altura o brilho aparente da estrela atingiu valores comparáveis ao de Vénus e foi visível a olho nu durante cerca de 16 meses. Atualmente é acessível apenas a partir de grandes telescópios. É também observável em raios-X e ondas de rádio.
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