No hemisfério norte, Hércules com a sua pedra angular de quatro estrelas (Épsilon, Zeta, Eta e Pi) é uma das melhores constelações estivais.
Esta constelação, representa Hércules, um dos heróis clássicos mais famosos, fortes e venerados em todo o Mediterrâneo. Este personagem foi assimilado pelos Romanos diretamente da cultura grega, onde era conhecido como Héracles. Segundo a lenda original grega, linearmente transposta para a mitologia romana, este ver-se-ia envolvido em 12 trabalhos com o fim de se redimir do homicídio da sua própria família, fruto de um acesso de loucura instigado pela deusa Hera (correspondente à deusa romana Juno).
Héracles era filho de Zeus (equivalente a Júpiter, para os Romanos), líder dos deuses gregos conhecido pelas suas aventuras extraconjugais com seres humanos, e da mortal Alcmena.
Pretendendo tornar Héracles imortal, o seu pai levou-o a amamentar-se da sua esposa Hera enquanto esta dormia. A força sobrenatural de Héracles revelou-se pela primeira vez nessa altura, pois após ter sido retirado do seio de Hera o leite ficou ainda a jorrar, dando origem à Via Láctea.
Sendo fruto de uma infidelidade do seu marido, Hera moveu uma perseguição a Héracles, tentando tornar a sua vida imortal, de todas as formas, insuportável. Num episódio em que um centauro pretendia raptar a sua segunda esposa, Héracles acaba por matá-lo com uma flecha envenenada com o sangue da Hidra.
Antes de morrer, o centauro entrega à mulher as suas roupas repletas de sangue, dizendo-lhe para convencer Héracles a usá-las, pois evitariam as infidelidades do marido. No entanto estas estavam contaminadas com o veneno, pelo que quando o herói as vestiu ficou condenado a que a sua carne se dissolvesse eternamente no seu corpo, provocando-lhe dores atrozes.
Incapaz de suportar tal sofrimento, Héracles queima o seu corpo (a sua parte mortal) e a sua essência imortal é recebida no Olimpo, junto dos outros deuses. Zeus coloca então a imagem do seu amado filho no céu, na forma da constelação de Hércules. A personagem segura na mão direita a sua arma favorita (o bastão) e na esquerda parte da cabeça do cão Cerberus, ou um ramo com maçãs do Jardim das Hespérides (ambos em referência aos 12 trabalhos de Héracles).
Também se costuma relacionar a constelação que se encontra por "baixo" de Hércules, o Dragão, como fazendo parte deste último episódio dos trabalhos do herói greco-romano - nessa visualização imagina-se o pé de Hércules esmagando a cabeça do Dragão, ser mitológico que guardava o Jardim das Hespérides.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Herculis.
M13 (Grupo de Hércules) - Este é um grupo globular impressionante que a olho nu se observa como uma mancha débil e difusa, mas que é digno de ser observado com a ajuda de um telescópio. Encontra-se a uma distância de 23 mil anos-luz.
M 92 - Trata-se de um grupo mais pequeno e débil, a 26 mil anos-luz de distância.
NGC 6210 - Uma nebulosa planetária de magnitude 9,7 , relativamente difícil de se localizar com telescópios pequenos (aparenta ser uma estrela com contornos nebulosos).
Alpha Herculis (Ras Algethi) - Esta é uma estrela muito vermelha, com uma magnitude que varia entre 3,1 e 3,9. Também é uma dupla, com uma companheira azul esverdeada de magnitude 5.
Beta Herculis (Kornephoros) - O seu nome deriva do grego significando "o portador do bastão". É, na verdade, a estrela mais brilhante da constelação, uma gigante amarela de magnitude 2,8.
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