Esta é uma das mais destacadas constelações do céu setentrional (do hemisfério norte celeste) apresentando muitos objetos de interesse. Situa-se numa área rica da Via Láctea e representa um cisne, o disfarce adotado pelo deus grego Zeus para uma de suas seduções ilícitas, segundo as lendas, que apresentam algumas variações.
Numa dessas lendas, o Cisne representa uma das formas assumidas por Zeus para visitar as suas amantes terrenas e ilustra o episódio romântico entre o deus e Leda, esposa do rei de Esparta, Tíndaro. Desta relação nasceriam, de um ovo, Castor e Pólux, os gémeos da constelação Gemini. Uma variante deste mito relata que teriam sido igualmente geradas, da mesma relação, Helena de Tróia e Clitemnestra. Ainda noutra versão (entre outras mais), Zeus teria consumado o acto com a deusa Némesis e o ovo resultante sido entregue a Leda.
Já desde a época dos caldeus, diversas civilizações imaginaram esta constelação como uma espécie de pássaro. Uma lenda diz que o Cisne é Orfeu, o herói da Trácia, que cantava e tocava a lira de forma tão bela que os animais selvagens e as árvores iam escutá-lo. Diz-se que Orfeu foi levado para os céus como um cisne, para que pudesse estar perto da sua querida lira.
As principais estrelas da constelação delineiam uma grande cruz, por isso é usualmente conhecida por Cruzeiro do Norte. Deneb é a sua estrela mais brilhante e está na cauda do cisne (ou no topo da cruz, como se pode ver na figura ao lado).
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Cygni.
NGC 6826 - uma nebulosa planetária também conhecida como Nebulosa Piscadela de Olho. Telescópios pequenos poderão exigir que a observação seja feita com recurso à visão lateral, evitando-se olhar diretamente para o objeto.
NGC 6888 - uma nebulosa de emissão de magnitude 10,0, também conhecida como Nebulosa Crescente, visível apenas com telescópios de abertura média ou superior.
NGC 6946 - uma galáxia de difícil observação com telescópios modestos. Também é conhecida como Galáxia Fogo-de-Artifício, pela frequência com que apresenta explosões de supernovas.
NGC 6960 e NGC 6992 e NGC 6995 - também conhecida como Nebulosa do Véu, é constituída por restos de uma supernova. A área é tão extensa entre os vários componentes, que estes tiveram de ser catalogados separadamente. A fração mais facilmente observável é o NGC 6960. Não é recomendada a observação com telescópios pequenos, sendo aconselhado um céu escuro.
NGC 7000 - Esta nebulosa é também conhecida como Nebulosa América do Norte, devido às semelhanças com o formato do país. Apresenta uma magnitude média de 5,0 ,mas é difícil de se observar em céus com poluição luminosa.
IC 5067/68/70 - Uma nebulosa com dimensões mais modestas, conhecida como Nebulosa Pelicano. Este é um objeto difícil de se reconhecer por observação direta. Apesar disso, com céus escuros (factor primordial) e o uso de um filtro para observações do céu profundo, facilitam a sua definição e poderão torná-la acessível a telescópios modestos.
IC 5146 - É um enxame estelar aberto com uma nebulosa associada. O objeto mais popular desta área do céu é a nebulosa, catalogada como Sh2-125 e conhecida como Nebulosa Casulo. A sua observação exigirá telescópios de abertura igual ou superior a 150 mm e céus escuros.
Alpha Cygni (Deneb) - Deneb significa cauda em árabe, e é a parte do Cisne onde está esta estrela. Tal como Rigel, em Orionte, é uma das mais potentes: 25 vezes mais densa e 60 000 vezes mais luminosa que o Sol. Encontra-se a 1500 anos-luz de distância e é a estrela mais brilhante do famoso triângulo de Verão, que forma com Vega e Altair. Vega está a 25 anos-luz de distância e Altair a apenas 16.
Beta Cygni (Albireo) - É uma das mais panorâmicas e belas do céu. Sem telescópio vê-se como uma única estrela e com ele transforma-se numa dupla espetacular, com uma separação de 34 segundos de arco. Um dos seus membros é dourado e o outro azulado.
Austrais
Boreais