Esta é uma bonita constelação dominada por Vega, uma das estrelas mais brilhantes do céu. Olhando com atenção quase se pode imaginar as cordas da Lira estendidas pelo paralelogramo de quatro estrelas que a acompanha.
A sua origem é muito antiga, estando igualmente presente na cultura grega, que nela via a representação do instrumento musical inventado pelo deus Hermes, a partir da carapaça de uma tartaruga. A Lira era tocada de forma sublime por Orfeu, filho de Apólo que lhe oferecera o instrumento. Orfeu tocava tão bem que os animais selvagens ficavam encantados.
Orfeu estava perdidamente apaixonado pela sua esposa Eunice e, quando esta morreu, ele desceu aos infernos para a salvar. Pediu aos deuses que a libertassem, ao que estes acederam, na condição de que não olhasse para ela durante a viagem.
Mas Orfeu, impaciente, olhou para Eunice antes de chegarem ao mundo superior, e ela foi transportada para o Hades para sempre.
Desconsolado, Orfeu foi despedaçado por um grupo de mulheres, depois de ignorar as suas insinuações. Zeus terá então ordenado a um abutre para recolher a Lira e colocá-la no céu, em memória da arte de Orfeu.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Lyrae.
Épsilon Lyrae - Esta é uma estrela dupla dupla. Com a ajuda de binóculos podem observar-se as duas estrelas de magnitude 5. Ambas são duplas e podem ser separadas com telescópios de diâmetro superior a 100 mm.
D Beta Lyrae - Trata-se de uma estrela variável eclipsável com magnitudes entre 3,3 e 4,4, num período de treze dias.
M 57 (Nebulosa do Anel) - Esta é uma famosa nebulosa planetária. Com um telescópio de 75 mm, aparecerá como uma estrela desfocada. Uma potência maior permitirá apreciar a sua forma de anel.
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