Segundo uma das lendas, Castor, soldado e famoso domador de cavalos, e Pólux, campeão de boxe, eram filhos do deus grego Zeus. Para além de serem irmãos, eram também muitíssimo amigos e audazes. Certo dia, decidiram ir para o mar com a finalidade de atacarem os piratas que assaltavam os honestos marinheiros.
Os irmãos foram tão bem sucedidos na sua missão contra os piratas que a população começou a considerá-los heróis de guerra e louvaram-nos gravando as suas imagens nas proas dos barcos.
No mar alto, quando havia uma tempestade, os marinheiros olhavam para os mastros e cordas para observar se existiam relâmpagos a saltar entre eles. Quando viam dois relâmpagos era sinal de que Castor e Pólux estavam a proteger o navio do marinheiro e que ele iria sair daquela tempestade são e salvo. Este fenómeno foi apelidado de "Fogo de Santelmo".
Durante um dos combates contra os piratas, Castor foi morto. Porém, Pólux era imortal, o que o levou a uma profunda tristeza, pedindo a Zeus que o deixasse ficar com Castor no mundo dos mortos para sempre. Zeus ficou sensibilizado com este pedido que demonstrava uma profunda amizade. Assim, aceitou o pedido e colocou-os aos dois no céu para que a sua verdadeira amizade pudesse ser recordada por todos os habitantes da Terra.
Atualmente, o Sol não entra na constelação de Pólux e de Castor a 21 de Maio, ao contrário do que a astrologia e a tradição descrevem. Apenas entra na constelação dos Gémeos a 22 de Junho. Assim, as duas estrelas brilhantes que representam os dois irmãos são ainda visíveis em fins de Maio, após o ocaso do Sol. O gémeo mais próximo de Caranguejo tem uma estrela brilhante na cabeça, outras estrelas brilhantes em cada um dos ombros, uma no cotovelo direito, uma na mão direita, uma em cada joelho e em cada pé. O outro gémeo possui uma estrela na cabeça, uma no ombro esquerdo, uma em cada peito, uma no cotovelo esquerdo, uma em cada mão, uma no joelho direito, uma em cada pé e outra, denominada Propus, no pé esquerdo.
Uma outra versão conta que o deus Zeus apaixonou-se por Zeda, esposa do rei de Esparta, Tíndoro. Zeus, para se aproximar da sua amada, transformou-se num belo cisne. Dessa paixão foram gerados dois gémeos (Castor e Pollux). Os dois tiveram os melhores ensinamentos e Castor transformou-se num verdadeiro cavalheiro, enquanto que Pollux se transformou num bravo guerreiro.
Certa vez, os dois desafiaram outros dois jovens para um duelo, lutando pela mão de duas jovens já comprometidas. Nesses desafios, Castor acabou por ser morto. Desesperado, Pollux tentou matar-se, no entanto ele era imortal.
Assim, os dois jovens aparecem no céu abraçados.
No entanto, existe uma corrente mística que dá à constelação um simbolismo mais rico: os dois rapazes seriam, na verdade, Apolo, brilho e luz, e Hércules, força e coragem. É assim que, em muitos tratados, um dos gêmeos aparece segurando arco, flecha e lira, enquanto o outro aparece com uma clava.
Os egípcios faziam ali a representação do deus Hórus, sendo um o Hórus velho e o outro o Hórus novo.
Existem outros mitos associados a esta constelação.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Geminorum.
M35 (a 2.200 anos-luz) - É um cúmulo de magnitude de 5,10, catalogado por Messier em 1764. Um brilhante grupo aberto, muito belo quando observado com binóculos e espetacular quando visto com um telescópio pequeno.
NGC 2158 (a 16.000 anos-luz) - Um cúmulo de magnitude de 8,60. É relativamente pequena e débil, em comparação com a primeira.
NGC 2392 - Nebulosa do Esquimó ou cara de palhaço - Encontra-se a 1.400 a 3.600 anos-luz de distância. Apesar da sua magnitude ser de 8,0, é muito luminosa, tendo sido descoberta por William Herschel, em 1787. Tem uma brilhante estrela central e um tom azul-esverdeado.
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Observar o Céu - David Levy - editora atena
Teknospace - Constelação Gémeos